História

Nascimento

A Rádio 9 de Julho nasceu em 1953, dentro do contexto de preparação para as comemorações  do 4º Centenário da cidade  de São Paulo,  no ano de 1954.  No dia de seu nascimento, recebeu autorização temporária de funcionamento e conseguiu uma freqüência de 540 kHz para Ondas Médias e 49 metros para Ondas Curtas, com potência de 10 kw, o que permitia a cobertura de todo o Estado de São Paulo, a maioria dos Estados brasileiros e muitos países latino-americanos . Terminados os festejos, o Presidente da República em exercício, Café Filho, ofereceu as duas emissoras em OM e OC, para a Igreja, que através de seu arcebispo, Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcellos Motta, aceitou prontamente.  Para a obtenção de concessão foi criada a Sociedade Comercial Radio 9 de Julho Ltda composta pelo arcebispo, quatro bispos auxiliares e dois padres registrada na Junta Comercial  com o nº 182.647, dia 29 de julho de 1955. A concessão para a Rádio 9 de Julho foi efetivada com o decreto nº  37.744, de 12 de agosto de 1955, assinado pelo presidente da República , Juscelino  Kubitschek.

O primeiro endereço para a sua instalação foi localizado à Rua Wenceslau Brás, no Palacete do Carmo, no centro da cidade. O início das transmissões, ainda que em caráter experimental, ocorreu oficialmente no dia 2 de março de 1956. No dia 23 de maio de 1962, a sociedade comercial se transformou em Fundação Metropolitana Paulista, a mantenedora da rádio e do jornal O São Paulo, nascido a 25 de janeiro de 1956.

No ano de 1970, o Cardeal Agnelo Rossi abençoou e inaugurou as novas instalações dos estúdios da emissora na Rua Dr. Pinto Ferraz, 189, Vila Mariana, e confiou a administração dos trabalhos  aos padres Paulinos, que permaneceram nesta atividade até o fechamento da emissora. O fechamento da Rádio 9 de Julho integra o conjunto de perseguições que a Igreja de São Paulo  recebeu,  durante a Ditadura Militar em nosso país, devido a  firme postura de seu arcebispo,  na época, D. Paulo Evaristo, cardeal Arns,  na defesa dos direitos humanos e civis.

A lacração dos transmissores

Foi o decreto do Governo Médici de 30 de setembro de 1973 que declarou peremptas as duas ondas OM( Ondas Médias) e OC ( Ondas Curtas) da Rádio 9 de Julho. Este fato criou grande indignação dentro e fora da Igreja, pois não havia motivos técnicos, administrativos e ideológicos que levassem a esta postura da parte do Governo Federal. O que a Igreja através de seu arcebispo, não abriu mão naquele momento, foi de falar da defesa dos direitos humanos, da liberdade de expressão e da exigência de justiça social. Como conseqüência a emissora foi fechada, em 5 de novembro de 1973,  por conta de sua coerência evangélica conforme as exigências do momento histórico.

A abertura política

Com o retorno do regime democrático no país a partir do ano de 1985, o Cardeal D. Paulo Evaristo Arns, incumbiu o advogado Dr. Hélio Bicudo, de encaminhar o pedido de retorno da concessão da Rádio 9 de Julho de São Paulo para a Fundação Metropolitana Paulista. Isto aconteceu no dia 13 de junho de 1985. A 8 de novembro de 1985, o pais estava em nova fase de esperança democrática e o então Ministro das Comunicações, Antônio Carlos Magalhães, respondeu que era legal e tecnicamente impossível devolver a 9 de Julho. Mas que o Presidente oferecia emissora em Cotia com um kilowatt em 880 kHz, cujo sinal nem chegava a São Paulo. O Cardeal Arns mandou agradecer!

A devolução começa em 1990

Em junho de 1990, Conferências Internacionais de Radiodifusão aprovaram normas que ampliaram a faixa de Ondas Médias de 1600 a 1700 kHz com potência de até l0 kilowatts nessa extensão. Esta subfaixa possibilitava devolver a Rádio 9 de Julho para a Arquidiocese. Por isso, a 12 de maio de 1993, quando o Presidente Itamar Franco perguntou a dom Mauro Morelli o que poderia fazer pela Igreja naquele momento,  o ex-bispo auxiliar de São Paulo pediu a devolução da Rádio 9 de Julho.

Cinco dias depois, a 17 de maio de 1993, o então Ministro das Comunicações, Hugo Napoleão, entregava ao Presidente da República parecer favorável sobre a devolução da Rádio. A partir desta data, muitas reuniões do Conselho do Vicariato da Comunicação  aconteceriam para que a emissora atendesse as exigências técnicas e jurídicas  do  Ministério das Comunicações.

A 9 de julho de 1996, em Brasília, no Palácio do Planalto, aconteceu a solenidade  em que o presidente Fernando Henrique Cardoso anulou o decreto de Médici e homologou a portaria do ministro Sérgio Motta devolvendo a 9 de Julho à Fundação Paulista na freqüência de 1600 kHz com a potência de 10 kilowatts. Participaram daquele ato histórico os Cardeais de São Paulo e de Brasília, Governador Covas e políticos paulistas de Brasília, CNBB e Vicariato da Comunicação.

Como se tratava de uma potência bem inferior a que a Radio 9 de Julho possuía antes do seu fechamento, a Arquidiocese solicitou ao Governo Federal o aumento da mesma e conseguiu a marca de 100 kw diurnos e 20 kw noturnos, acompanhados de exigências técnicas para evitar irradiação oposta a São Paulo.

Instalação

O Seminário Santo Cura D’Ars, na Rua Manuel de Arzão, nº 85, Freguesia do Ó, foi o local escolhido para a nova instalação da emissora. Em 24 de junho de 1997, D. Paulo nomeou o diretor geral da Rádio 9 de Julho, Monsenhor Dario Benedito Bevilacqua, que por sua vez nomeou o senhor Francisco Paes de Barros, profissional de radiodifusão reconhecido no mercado, como diretor executivo da emissora.

D. Claudio Hummes, sucessor de D. Paulo Evaristo Arns, no governo da Arquidiocese paulistana, concluiu o trabalho de instalação da emissora e no dia 19 de março de 1999, colocou a Rádio 9 de Julho, novamente no ar, em caráter experimental. No dia 23 de outubro do mesmo ano, em solenidade que se realizou no Mosteiro da Luz, a Rádio 9 de Julho, foi reinaugurada.

24 anos no ar

Após o retorno em 1999, a Rádio 9 de Julho comemorou 24 anos no ar em 2023.

Hoje a Rádio 9 de Julho soma-se aos demais meios de comunicação da Igreja com uma programação em que se equilibram o anúncio do Evangelho, a formação, a informação e o entretenimento.

Atualmente, sob a presidência do arcebispo metropolitano de São Paulo, cardeal Odilo Pedro Scherer, direção do padre Jorge Silva, uma equipe de comunicadores, padres, religiosos e voluntários, sempre empenhada no serviço à comunicação.

O trabalho é reconhecido. A Rádio 9 de Julho conquistou pelo quarto ano consecutivo o maior premio de Rádio segundo os órgãos que respondem pela comunicação na Igreja (Signis, RCR, CNBB) :

 O Microfone de Prata

  • Em 2011, o programa “A CAMINHO DO REINO”, apresentado pelo Cônego José Renato Ferreira, foi o vencedor do prêmio, na categoria de programa de rádio religioso.
  • Em 2012, na categoria entretenimento, o programa “NOSSAS IGREJAS, UMA EXPRESSÃO DE FÉ, ARTE E CULTURA” apresentado pelo Cônego José Renato Ferreira e Jucelene Rocha.
  • Em 2014, na categoria religioso, o programa “SALA FRANCISCANA“, apresentação do Frei Gustavo Medella e Frei Xandão.
  • Em 2015, categoria entretenimento, programa “CERTAS CANÇÕES”, apresentado por Cônego Antonio Manzatto.
  • Em 2018, categoria entretenimento, programa “ACORDA BRASIL”, apresentado por Adriano Barbiero.